"Ser hipócrita é não ter o próprio olhar." Victor Hugo
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"Ser hipócrita é não ter o próprio olhar." Victor Hugo


Anteontem, dia 26, falei de Balzac. Hoje, falo de Victor Hugo (1802 - 1885). Deveria ter invertido. Ter falado de Victor Hugo dia 26/02, porque nesse dia completaram-se 209 anos deste outro gênio da literatura francesa. Gênio, a meu ver, ainda maior que Balzac, porque este só foi grande na prosa. Victor Hugo foi tão imenso na prosa como na poesia. 

Sou um grande admirador de Victor Hugo. O poeta francês é sem dúvida um dos maiores nomes da arte universal. Criou obras absolutamente imortais, como Os Miseráveis, Os Trabalhadores do Mar, O Corcunda de Notre-Dame, levou o romantismo ao auge e foi além dele, analisando a alma humana com uma rara profundidade psicológica, indo do ideal ao real, do sublime ao grotesco com uma comovente naturalidade. 

Victor Hugo foi um grande humanista, sua obra está repleta de uma preocupação psíquica-espiritual com o ser humano. Como fundador do Condoreirismo na literatura (representado em nossas terras por Castro Alves), Victor Hugo foi um batalhador artístico da liberdade e da elevação do homem. Difícil ler a obra deste grande homem sem nos emocionarmos. Victor Hugo tem asas que tocam a nossa alma.

Em seu magnífico e trágico romance Os Trabalhadores do Mar, o gênio francês deixa-nos uma das páginas mais memoráveis da literatura sobre a hipocrisia, encarnada no personagem de Clubin. Vamos a alguns trechos dela:

"(Clubin) Passou a vida  a ter vontade de morder aquela mão que lhe tapava a boca. E querendo mordê-la foi obrigado a beijá-la.(...) O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra: calcula um triunfo e sofre um suplício. (...) A infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar cotidianamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. (...) 

Querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fabricar com perfeição a perversidade, fazer cócegas com o punhal, pôr açúcar no veneno, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. (...) 

Causa náuseas beber perpetuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjoo em que o hipócrita vomita quase seu pensamento. Engolir essa saliva, é coisa horrível."

(Na imagem, Victor Hugo em sua adolescência.)



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