(Este conto foi escrito em 2003 e publicado em 2004 no jornal Letras Santiaguenses. Republico-o aqui com algumas poucas alterações e adequações ao meu estilo atual de escrita.)
Eu vi. Eu estava lá. E vi que no Princípio era o Verbo. Mas não vi o que era o verbo. Mas sei que era Ele, porque eu era Ele. Ali estávamos eu-Ele, e o Bigbang explodia. Principiava o universo mais uma vez. Ali, eu-Ele éramos todas as coisas não-feitas, não-formadas, nós e tudo mais éramos sem existir, no seio do Todo, sem formação, sem criação, mas sendo. Ali, antes do Bigbang, ou do Princípio do Mahavantara, como era seu nome para os antigos, estávamos extremamente densificados, numa vida não-vida, cujas sensações sem-sensações não se pode definir. Foi então que tudo principiou, e o Verbo fez-se. O universo explodiu no Bigbang novamente, e todas as coisas foram criadas, foram desdensificando, sendo feitas, passando a existir e não apenas ser.
Quando passei a existir, não era mais Ele, mas ainda permanecia com Ele. Numa época relativamente recente, que hoje diríamos que foi há milênios, descobri ocultamente que o Bigbang não é moderno. Do Bigbang já me disseram há milênios. É antigo, muito antigo. O que há de novo? O novo é o muito velho. Tudo retorna. Tudo é cíclico. A existência de todas as existências é regida pela lei do Eterno Retorno. Dinâmica infinita. O dia, ao chegar ao auge, regride em favor da noite. A noite, ao chegar ao auge, regride em favor do dia. O verão e o inverno se amam da mesma forma. O progresso da economia de um país regride ao chegar ao auge, em favor da recessão... A felicidade psicológica de um ser humano, ao chegar ao auge, regride em favor da dor... Por que com o universo todo seria diferente? “Assim como é acima, é abaixo”. Hermes Trimegisto.
Eu estava lá. Eu vi. Vi quando o universo, ao atingir o auge de sua densificação, não pôde mais continuar, e necessitou se expandir. Como é impossível à noite se intensificar a partir de certo ponto. Eu estava lá com Ele. E vi o universo explodir e principiar sua expansão. Vimos quando todas as coisas foram feitas. Era belo, sublimemente belo, ver todos aqueles sóis, planetas, cometas, luas, animais, plantas, homens, anjos, deuses... O Todo sob a vontade do Um. O Um sendo o Todo. Na verdade, seria mais preciso dizer que as coisas passaram e passam por profundas transformações, e não por criações. Pois antes já eram, apenas não existiam. Ou existiam em estados latentes. “Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.” Lavoisier.
Mas foi ali que eu-Ele contemplamos que a matéria é uma transformação da energia. E que ambas são a mesma coisa. Vimos com olhos de alma que lá no átomo, ou aqui no átomo, as partículas ínfimas que formam seus prótons e elétrons comportam-se como energia. E estão em terrível movimento. Têm vida. A vida que palpita em todo Cosmos, o espírito vibrante do Todo que é Uno. O Mistério da Dança Cósmica. Vimos que as partículas têm sua irmã gêmea. Que quando mexemos nessa partícula, a sua irmã, instantaneamente, muito mais rápida que a luz, também é mexida, ainda que esteja a anos-luz de distância...
(Amanhã, a parte final)
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eu nunca digo teu nomeporque ele está em tudo que faloe ainda mais no que caloeu nunca calo teu nomeporque ele está em tudo que digoesteja o serou seja o eu contigo teu nome é o verbode cada reversocada palavraaqui bem ou mal-ditaé teu nomeem outro...
Então, percebendo as extremas alterações, desviei meus olhos do animal para ver o que ocorria ao meu redor, e para meu estarrecedor assombro, todos os elementos da floresta passaram a se modificar numa rapidez inaceitável. Árvores morriam e eram...
A seguir, dois fatos pouco conhecidos sobre Edgar Allan Poe, que demonstram, porém, o alcance de sua genialidade: 1º - Em 1842, em Nova York, ocorreu o assassinato de Mary Cecilie Rogers. Tal crime permaneceu sem solução até novembro do mesmo ano,...
Barry Commoner, um dos maiores ambientalistas americanos e um dos primeiros a se preocupar com a questão ambiental nos EUA, afirmou: “Em minha opinião, a poluição ambiental reflete a falência da ciência moderna”. Não tenho dúvida quanto a...
a Evolução não é não pode ser eternamente eterna nenhum dia se ilumina para sempre não há noite que se afunde sem cessar e o universo todo se expande ao seu auge a seu extremo máximo de onde deve regressar mas aos sábios otimistas é muito difícil...