Textos e Mensagens
ao Compasso das Gargalhadas *
ao compasso das gargalhadas
dos abutres sobre o sangue...
vinho desgarrado das garrafas
cataratas rubras dos gargalos
e o catarro das risadas
dos abutres sobre a terra
garra a garra pela carne
em brasas de vida e graça
e a branca alada da garça
assanguinada em fraca faca
ao compasso das metralhas
em deboches alastrados
e os abertos bicos-corvos
na cantata das gargalhas
nas vagas claras do teu riso
cruéis dentes em vãs asas
como o branco das cascatas
e o sarcástico dos asnos
e o rastejo das serpentes
e o gaguejo dos macacos
gorgolejo de galinhas
e o grotesco destes sapos
e o motejo destas cabras
e o manquejo destes diabos
soando graves como larvas
despencadas dos cadáveres
ou como bruxas engasgadas
de ironias devoradas
e zombarias pelas águas
entre as línguas engraçadas
de lagartos arrastados
em macabras danças largas
mefistófeles e gárgulas
entre valsas e risadas
dos abutres sobre o sangue
ao compasso das gargalhadas...
*Revisão do poema publicado em 30/11/2010.
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Desaforadas (ou Após Ouvir Shostakovich)
há risos gargalhadasem cascatas cataratasassanguinadas cantatas de gargalhasdas risadas alastradasem zombarias pelas águas compassos de risadasde asa garra e brasanas rubras russas geadas o deboche dos abutreso gaguejo de macacosgorgolejo de galinhas...
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Inebriei-me De Ocaso...
flecha de Fim varou-me no peito rasgando a carne como a água do mar avança sobre a praia frágil: insanamente lenta. pé por pé me lancei em lentidão da noite e cada passo era cada passo um século cada século era de sangue a gota gota a gota lacrimejava...
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Ao Alto
dá-me tua alma e tua bela mão etérea vamos às alturas aéreas pairar sobre as auras claras do teu sono em sombra e sonho sair à noite como aves aves alvas sobre os mares com tuas fadas em alta lua a valsar por sobre as árvores como silfos aos luares...
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