Textos e Mensagens
às vezes vou senão rebento
Ás vezes vou senão rebento
respondo a qualquer ordem escondida
do meu relógio biológico
enquanto vou animo e alivio
qual birra de menino pequenino
que não tem equipa para jogar
e tem que jogar sozinho
as falas dos outros não interessam
são sempre banais pouco atraentes
murcham os sentidos
nos intervalos grandes
entre tantos e tais enganos de um prazer maior
como que o dever esmaga
no dia a dia trivial adivinhado
na postura correcta fugidia
que esgota o ar e o olhar cansados
resta a solidão o desatino
como opção
opção que vira ritual relógio biológico
porque parece que ninguém nos compreende
nem existe à nossa medida
como nuvens espessas negras carregadas
que anunciam trovoada
que se não rebentam em trovões
clarões
águas de enxurrada
o ambiente fica denso tenso
e se não acontece nada
parece que não se aguenta
tanta energia acumulada
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Depressão
Que parado tudo fica o tempo a alma a novidade parece céu carregado um bafo quente tudo adiado folhas paradas sem pinga de vento de qualquer quadrante os animais acoitados calados temerosos à medida que a tensão aumenta a natureza resolve um tal impasse...
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Poder Perigoso
É prudente o silêncio como resposta à ansiedade defende-nos acalma-nos pacificamos o ambiente interior e exterior pode evitar-se uma investida uma estocada uma arma disparada as ondas tsunami alterosas poderosas que rebentam podem ser assim aliviadas...
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O Peito E O Relógio
A nuca encostando para trás os olhos fechando regalados com o ar entrando pelas narinas e o peito consolado com o movimento ritmado de tanta vida que se passa ali centro-me aí com toda a atenção lugar pulmões e tanto coração como quem em tamanho...
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Filho De Outubro
Fim de outubro parece assim o fim de tudo vão-se as férias vai-se o verão também os restos que o outono guarda dele vai-se a apanha da fartura que faz dos campos ventre mãe seio abundante alegria da semente feita pão parece ser prelúdio triste...
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Sobre Um Tema De Fernando Pessoa
“Aos que a felicidade é sol, virá a noite...” Fernando Pessoa é belo o sol imperador classicista dos céus... mas a peste romântica da tempestade amargura do caos violência de tigre que ataca vem e não se detém: finda-se a paz do sol no desespero...
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