BOLO REI TROIKO-PASSO
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BOLO REI TROIKO-PASSO



De passagem por um café pastelaria do bairro aonde moro, reparei nuns bolos rei pequeninos, muito maneirinhos.
Como tudo o que é pequeno tem graça, resolvi adquirir um mini bolo rei.
Por assim ser pequeno, logo o associei ao regime actual, à situação de empobrecimento instalada e seguida devotamente pelos actuais detentores do poder.

Resolvi ser criativo e a minha mente inventou um nome para o mini bolo rei:
BOLO REI TROIKO-PASSO.
Parece-me um nome à altura dos acontecimentos.
Merecia corte de fita e fanfarra à maneira antiga de uma qualquer faustosa inauguração presidida por Américo Tomás(que Deus lhe tenha a alma em descanso).

O preço do TROIKO-PASSO é suportável, dá para uma família matar saudades dos bolos rei que já se comeram pelo Natal.
Podem cheirá-lo, vê-lo, tirar uma migalhinha mesmo. Isto claro se não houver um familiar mais faminto que se antecipe e abocanhe o dito bolo de uma só dentada!!!

Dado este Natal estar envenenado pelas drásticas medidas impostas por quem se deve estar marimbando para festins religiosos ou dos outros, acrescento uma lenda que se conta sobre este mítico bolo da época natalícia.
Tirei o extracto que segue do "Jornal das Caldas".
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Não é possível falar de Natal sem falar de bolo rei, sendo quase presença obrigatória em todas as mesas da época natalícia. Este bolo está repleto de simbologia. Não é por acaso que tem forma de coroa e brilho nas suas frutas cristalizadas.
Reza a lenda que este doce representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus aquando do seu nascimento. A côdea simbolizava o ouro, as frutas secas e cristalizadas representavam a mirra, e o aroma do bolo assinalava o incenso.
Ainda na base do imaginário, a existência duma fava também tem a sua explicação: Quando os Reis Magos viram a Estrela de Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a entregar ao menino os presentes que levavam.
Como não conseguiram chegar a um acordo e com vista a acabar com a discussão, um padeiro confeccionou um bolo escondendo no interior da massa uma fava.
De seguida cada um dos três Magos do Oriente pegaria numa fatia.
O Rei Mago que tivesse a sorte de retirar a fatia contendo a fava seria o que ganharia o direito de entregar em primeiro lugar os presentes a Jesus.
O dilema ficou solucionado, embora não se saiba se foi, Gaspar, Baltazar, ou Belchior o feliz contemplado.

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Fiquem bem, mas indignados como eu!

António Esperança Pereira



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