Nosso comentário:
Após a comunicação ao país do Sr. Presidente da República na noite de ontem (20 horas do dia 22/10 em Portugal Continental, não consigo ficar sem dizer meia dúzia de palavras aqui no blog, a respeito do evento.
Ora bem, no dia 4 de Outubro passado, como largamente se noticiou houve em Portugal eleições para a Assembleia Legislativa (Parlamento) a fim de serem eleitos 230 deputados.
Eu, como bom cidadão que sou, ciente do meu papel na vida política, social e económica do meu país, lá fui à mesa de voto que correspondia à minha morada, colocar a cruzinha no boletim de voto aí disponível.
Há que dizer que o Boletim de Voto impressionava. Estava bem recheado, com cerca de de 20 partidos e coligações prontas a receber a cruzinha do eleitor.
Disse de mim para mim, ante tal fartura, que a democracia em Portugal estava viva com uma pujança fantástica, já que as opções eram mais que muitas.
Apesar de continuarem a abster-se muitas pessoas, quase metade dos possíveis eleitores, não via razão para tal pois encontrariam decerto um partido ou coligação mais a contento da sua ideia ou até para expressarem a falta dela.
Bom, eram tantas as opções traduzidas em símbolos, que tive de confirmar bem o lugar onde se encontrava aquele em que me dispusera votar.
Concentrado, lá o descobri no meio de tantos outros. Lá depositei a minha cruz com cuidado no sítio que pareceu mais correto à convicção que me assiste como mais adequada à atualidade lusa.
Até aqui tudo normal.
Eis senão quando, ouvindo ontem o Senhor Presidente da República, num discurso de poucos minutos, fiquei como quase sempre fico quando o ouço, baralhado.
Pelos vistos, os símbolos colocados nos boletins de voto são para enfeitar mesmo. A democracia que eu dizia de mim para mim que estava pujante não passava de uma farsa.
Só podem governar os partidos X e Y. Os outros, mesmo os maiores, já nem falando nos pequeninos , são mesmo para enfeitar o "pluripartidarismo da treta". Esses não podem governar.
Fiquei mais uma vez estupefacto.
O Sr Presidente da República ignorando o 5 de Outubro, ignorando o 25 de Abril, ignorando a nova constituição do Parlamento, ignorando ser ele o fiel representante de todos os portugueses...
nomeou o líder do seu partido (PSD) minoritário e que os portugueses rejeitaram nas urnas, como 1.º ministro do novo governo.
Uma pura perda de tempo, um custo escusado para o país, em tempo e em dinheiro.
O governo do Sr. PR tem os dias contados, é minoritário, não tem apoios, não passa no Parlamento.
Para quê então insistir? porquê tamanha obstinação e resistência à nova realidade nacional?
Cavaco falou ameaçador e deprimido.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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