Crianças abandonadas e a coadoção
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Crianças abandonadas e a coadoção


Nosso comentário:

Muito deu que falar na semana que findou o tema da coadoção de crianças por pais do mesmo sexo. 
Há quem diga que o tema foi introduzido pelo PSD, partido principal da governação em queda abrupta nas sondagens, para, talvez por esse mesmo facto, desviar as atenções de temas bem mais candentes e gritantes da atualidade nacional.
Há quem acuse esse partido, o PSD, de mais um fiasco no campo das atitudes de quem deveria ter mais estaleca para governar um país, ainda por cima numa conjuntura de crise internacional.
Há ainda os que afirmam que tal tentativa, é tão só e simplesmente mais um passo atrás dado pelo partido que governa em coligação com o PP/CDS.
Seja como for, pessoalmente falando, não me parece assunto, especialmente a marcação de um referendo nacional (com as despesas que tal acarreta) e com os passos já dados sobre uma matéria praticamente consensual na Assembleia da República, que se tornasse necessário referendá-lo. 
Muito menos nesta fase...
Deixo um texto muito a propósito sobre "os enjeitados", crianças que eram abandonadas e colocadas discretamente numa roda que ficou conhecida como "roda dos expostos ou dos enjeitados" que amavelmente me foi enviado por um contato, via e-mail.
 
Fiquem bem, Um Bom Início de Semana

António Esperança Pereira

http://lusito.bubok.pt/ 


"A  Roda dos expostos ou dos enjeitados"


Desde muito jovem que ouvia contar histórias "tristes" de crianças que eram abandonadas na "Roda".Os tempos foram passando e hoje relembrei me dessas histórias ao ouvir debater na Assembleia da República, e nos orgãos de comunicação social, a adoção ou coadoção de crianças. Porque julgo que muitos não terão conhecimento do que era "a roda" achei com algum interesse escrever umas linhas sobre o assunto, até para um eventual paralelismo (ou não) com a atualidade...

A "roda" era um mecanismo utilizado para abandonar os recém nascidos, que ficavam ao cuidado de instituições de caridade. O mecanismo tinha a forma de um tambor giratório, embutido numa parede. 
Era construído de tal forma que quem colocava lá a criança, não era visto por quem a recebia. Este modelo de "acolhimento" existia em toda a Europa, principalmente na Europa Católica. 
A primeira "roda " teve origem na Itália (Idade Média). Seguiu-se Portugal. 
A mais conhecida ficava no Convento dos Cardaes, na Rua do Século-Lisboa. 
As crianças depositadas nas rodas eram fruto de "amores ilícitos", muitas delas tinham junto a si o nome que a Mãe lhe dera, poemas, bilhetinhos justificando porque tinham deixado as suas crianças. 
Também ainda hoje se pode ver uma roda de expostos em Almeida, na rua da Muralha. Nesse local há também um Museu onde se podem ver alguns objetos relacionados com essa época. Vários são os escritores portugueses que fazem alusão a este facto, nomeadamente Camilo Castelo Branco.




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