Nosso comentário:
MENINO DE ÁFRICA
Hoje é o Dia Internacional da Criança.
Nunca fui grande adepto dos dias de qualquer coisa. Com o andar dos anos e do tempo evoluí neste pormenor para pior, ou seja consigo hoje vislumbrar ainda com maior dificuldade a utilidade dos dias de tudo e mais alguma coisa.
Cheira-me sobretudo a consumismo, a dias inventados na sua maioria para despejarem os bolsos do cidadão. Um criar de necessidades e obrigações desnecessárias.
Quando muito pode dizer-se que são dias de pretexto para isto e para aquilo.
Lá isso são.
Porque em meu modesto entendimento, mal iria o mundo se só nos lembrássemos da nossa Mãe no "Dia da Mãe". Ou do nosso pai no "Dia do Pai", ou da criança no "Dia da Criança", e assim sucessivamente...
Todavia, e porque Portugal passa por grandes dificuldades no momento, quero lembrar as nossas crianças, que para elas nunca falte o que a outros sobra, numa sociedade cada vez mais egoísta cultivando com a maior das friezas, um fosso gigante entre ricos e pobres.
Faço votos para que se saia o mais depressa possível desta situação, que haja lugar a soluções melhores quando se assiste ao perigo de este país poder resvalar para um terceiro ou quarto mundo de onde felizmente tinha saído.
Deixo um poema meu dedicado às crianças de África, especialmente às que a foto documenta.
Desejo que possa haver maneira de elas poderem crescer num mundo melhor do que aquele que encontram quando nascem sem culpa nenhuma.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
MENINO DE ÁFRICA
Olhar inocente vindo ao mundo sem pedir
porquê?
criança de África com olhos para ver
o que não tem nada para ver
nem é bonito
quem te fez assim
menino negro
rodeado de espingardas de fome de medo
de doença
quem pode ser tão mau
e mata assim tua inocência?
menino é menino em toda a parte
tem que brincar tem que rir
tem que ter pai que ter mãe
amigos
um jardim
e não ser assim como tu és
menino velho sem forças
nascido morto
ou morrendo vivo
mas passa o tempo e ninguém semeia
para ti
perdido na noite
esquecido de Londres Paris ou Nova Iorque
uma seara de paz uma fábrica de brinquedos
pão
coisas simples bonitas como tu
menino de África
para te ver feliz
e enfim vencer a solidão
a ausência permanente
esse abandono
que crime que é só de ver-te assim
esses olhos grandes
de tristeza tão triste
que impotência total
que ingratidão tamanha
porquê?
criança de África com olhos para ver
o que não tem nada para ver
nem é bonito
quem te fez assim
menino negro
rodeado de espingardas de fome de medo
de doença
quem pode ser tão mau
e mata assim tua inocência?
menino é menino em toda a parte
tem que brincar tem que rir
tem que ter pai que ter mãe
amigos
um jardim
e não ser assim como tu és
menino velho sem forças
nascido morto
ou morrendo vivo
mas passa o tempo e ninguém semeia
para ti
perdido na noite
esquecido de Londres Paris ou Nova Iorque
uma seara de paz uma fábrica de brinquedos
pão
coisas simples bonitas como tu
menino de África
para te ver feliz
e enfim vencer a solidão
a ausência permanente
esse abandono
que crime que é só de ver-te assim
esses olhos grandes
de tristeza tão triste
que impotência total
que ingratidão tamanha