Nosso comentário:Dedico hoje alguma da minha preocupação às declarações de Vasco Lourenço.
Vasco Lourenço é um homem que escusa apresentação. Um moderado de entre os capitães de Abril, como todos o ficamos a conhecer, surge nesta fase com declarações bem graves e pertinentes.
Todos sentimos as fricções que os povos europeus voltam a viver. Todos sentimos que o sonho europeu, tal como foi concebido e arquitetado, está virando pesadelo.
Dediquei alguns textos e poemas a essa construção europeia. No meu caso pessoal fui tão ingénuo que cheguei a redigir um poema em que arquitetava até a possibilidade de Berlim poder um dia vir a ser a capital de uma Europa nova, solidária, pacífica, próspera, unida.
Berlim porquê?
Achava eu que reunia as características únicas de uma cidade que conheceu de tudo um pouco, tal como a Europa no seu todo: miséria, grandeza, guerra, ocupação, divisão, holocausto, libertação... morte e renascimento lado a lado.
Afinal, algumas décadas volvidas, o que temos?
Uma Alemanha a atirar todas as cartas fora do baralho. A imperar pela força do dinheiro, a defender um holocausto financeiro dos mais fracos.
Podemos achar e dizer e pensar, que é a sr.ª Merkel que faz isso, não o povo alemão.
Oxalá que ao menos seja assim, porque não cabe no meu entendimento qual o lucro/benefício para os alemães em agirem como estão a agir.
De voltarem a ouvir insultos que pareciam pertencer já às calendas do passado. Ao quase esquecimento da vil história recente da II Guerra Mundial.
Pois Vasco Lourenço em vésperas da visita da pouco amada, por muitos odiada, chanceler Merkel ao nosso país, solta palavras bem revoltadas, indignadas, preocupantes, sobre o futuro da Europa e de Portugal, prevendo mesmo o confronto próximo entre ofendidos e ofensores.
No plano europeu assume que há países e países: uma Europa assumidamente dividida portanto. No plano nacional, defende uma saída de Portugal do Euro de preferência em conjunto com outros países: países europeus, presumo, de outra Europa que não a da sr.ª Merkel.
Deixo dois textos incompletos das declarações de Vasco Lourenço.
Os leitores interessados na problemática abordada, poderão completar o conteúdo de tais declarações algures na imprensa, ou na internet.
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
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Guerra na Europa é "inevitável"
por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral
O "capitão de Abril" Vasco Lourenço considera que uma guerra na Europa é inevitável, se esta se continuar a "esfrangalhar", e defende a rápida saída de Portugal do Euro, preferencialmente em conjunto com outros países na mesma situação.
"A Europa vai esfrangalhar-se, vem aí a guerra inevitavelmente", disse, referindo--se à "destruição do estado social" e à "falta de solidariedade que está a haver na Europa".
O presidente da Associação 25 de abril, em entrevista à agência Lusa, recordou que a Europa tem atravessado o maior período de paz da sua história, desde a Segunda Guerra Mundial, o que só foi possível graças à conquista pelos cidadãos do direito ao Estado social, à proteção, à saúde, à educação e à segurança social.
Recorrendo à fábula da rã que é cozida sem dar por isso, porque está dentro de uma água que vai aquecendo aos poucos, Vasco Lourenço não tem dúvidas de que é preferível a rutura do que "deixarmo-nos cair no abismo para onde este Governo e a Europa nos estão a atirar".
Como alternativa aponta a saída atempada e programada da União Europeia e do euro, manifestando esperança de que haja condições para Portugal ser capaz de se ligar a outros países nas mesmas circunstâncias e tentarem encontrar soluções coletivas.
"Se possível seria ideal sairmos com outros países, porque as dificuldades serão muito maiores se sairmos isolados. Agora se houver um conjunto de países que estão em dificuldades que se unam e concertem a sua saída do euro, é capaz de ser muito melhor e dá-nos a possibilidade de darmos a volta por cima".
Reconhecendo que não será fácil conseguir essa articulação, Vasco Lourenço mostra-se convicto de que muito provavelmente os outros países em situação semelhante à portuguesa estarão a discutir o mesmo tipo de possíveis saídas.
"É preciso juntar esforços e chegar à conclusão que todos teremos a ganhar se unirmos esforços dos vários países contra quem está neste momento a ocupar-nos não militarmente, mas financeira e economicamente", disse.
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Vasco Lourenço
"Governo está empobrecer o país de forma intencional"
por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral
"É criminoso. Na minha opinião, não é falta de competência, porque eu não quero acreditar que eles [o governo] sejam tão estúpidos que não percebem que assim não atingimos a recuperação mantendo o bem-estar da população", afirma.
Em entrevista à agência Lusa, o "capitão de Abril" mostra-se convicto de que o empobrecimento do país é intencional, fruto de uma ideologia neoliberal que quer "empobrecer o povo, provocar desemprego, criar a situação de terra queimada para a seguir tentar plantar de novo começando quase do zero".
Para Vasco Lourenço, a prossecução desta política vai gerar situações "absolutamente degradantes", como o aumento dos suicídios, da emigração e a destruição do país.
"Por isso, não os considero absolutamente nada patrióticos. Estarão ao serviço do capital financeiro internacional. Ao serviço do nosso país eu penso que não estão".
Na lógica do destruir para plantar de novo, o responsável não tem dúvidas de que os novos "agricultores" seriam empresas estrangeiras, uma vez que já se está "a vender ao desbarato e a retalho o país".
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