INTERROGAÇÕES EM NOITE DE LUA CHEIA
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INTERROGAÇÕES EM NOITE DE LUA CHEIA


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Tela de Margarida Cepêda
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Dúvidas, inquietações, receios. Para quê tentar construir pontes? Para quê escrever? A resposta é dúbia, pouco clara, mas há sempre algo a impelir a gravidade da ampulheta. Talvez seja a desejável incapacidade de abraçar uma verdade feita, talvez seja a necessidade de dizer que tudo estará sempre por dizer. Será um gesto? Um despoletar de palavras? Por mais que diga nunca será o suficiente, o ritmo das coisas exige  que não haja paragens. Então, será o quê? O canto dos pássaros?  A sinfonia do ciclo lunar? A força das marés? Desses nós temos algumas certezas, só não sabemos da inconstância dos homens. E eles, mais que ninguém, obrigam-nos a exercícios do tudo ou nada.
Quando tudo parece à deriva, eis a dependência dum gesto arrebatador, a procura dum sinal de esperança. Quem resiste a este eterno faz de conta?
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- O Ritmo Contagia O Gesto
O ritmo contagia o gesto Repare-se na igreja O cheiro o sussurro Algum silêncio o canto Gargantas afinando Tossindo engasgando em oração em canto Às vezes em cochicho E a voz do padre soando Como um mediador do ritmo Perturbado apenas de quando em...

- Poema Antipático
sei que minha poesia é antipática que não sorri e não agrada como a chuva que é forte mas que não era esperada... gosto de fazer se aceitar o que não se aceita: ninguém quer falar de Fim: preferem pensar que cada instante irá se estender a um...

- Poema Nulo
como todos os outros todos os outros meus talvez todos mais que os meus talvez ser nulo é ser poema um ser nulo é um ser poeta que o que sinto penso e digo nunca será contigo que o que sinto penso e escrevo jamais será o que devo e se um dia meu martelo...

- (des)olhar
.Margarida Cepêda, Morrer e renascer na grande câmara..Olhavas para tiE viasEm pânicoO tempo a escoarQual ampulhetaMeteóricaSem vontade de pararE não sabiasConfundidaQue tecla tocarPara refrearA angústia prementeQue minavaContinuamenteA verdade...

- O Fio
.Pintura de Margarida Cepêda . . . É tentador o recosto no enigma das tuas palavras, mas o coração não se basta. Quer descobrir o fio que escondeste à entrada do labirinto, beber do teu riso, sentir os gritos e os medos que o levarão até ti. Quando...



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