Liberdade na Europa ergue muros?
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Liberdade na Europa ergue muros?



Nosso comentário: 

Para quem viveu os tempos da guerra fria, lembra-se do famigerado Muro de Berlim". Por tais memórias, esta apenas uma entre muitas outras, só pode ficar chocado, horrorizado, com o que se está a passar neste momento.
Com a frieza, o calculismo, a desistência com que a Europa, sobretudo alguns lideres europeus, estão a tratar um assunto que lhe é tão vital para a sua sobrevivência como Espaço Europeu.
Daí eu hoje dar relevo a uma notícia que transcrevi do Jornal Público.
O que se está a passar é assim como se um qualquer de nós estivesse a fugir de um assassino, de um gigante medonho, qual pesadelo de verdade, e o mundo dos humanos em vez de estender a mão, de abrir a porta, de dar protecção contra o perigo, não. 
Deixa-o morrer, ergue-lhe muros entre a sua possível salvação e a besta. 
Ficam multidões desesperadas, homens, mulheres, crianças, entre o abismo e a esperança.
Triste!
Daí eu hoje dar relevo a uma notícia que transcrevi do Jornal Público, que é obrigatório ler.

Fiquem bem,
António Esperança Pereira

http://lusito.bubok.pt/ 

Quando caiu o muro de Berlim havia mais 16 a separar fronteiras no mundo, agora há 65

Fronteira entre a Hungria e a Sérvia
A mundialização aboliu as fronteiras para os mercados, mas para os seres humanos foram erguidos muros em todo o mundo, por causa das preocupações com a segurança e o desejo de conter a imigração ilegal, apesar de os especialistas duvidarem da sua eficácia a longo prazo. Há um quarto de século, quando caiu o muro de Berlim, havia 16 muros a defender fronteiras no mundo. Hoje há 65, construídos ou em vias de ficarem prontos, diz Elisabeth Vallet, da Universidade do Quebeque.
Do muro de separação israelita (a que os palestinianos chamam “muro do apartheid”), à barreira de arame farpado de quatro mil quilómetros que a Índia construiu na fronteira com o Bangladesh, ou ao enorme dique de areia que separa Marrocos das regiões detidas pela rebelião da Polisário no Sara, os muros e as barreiras são cada vez mais populares entre os políticos desejosos de parecerem firmes em matérias de migração e segurança.
Em Julho, o governo conservador húngaro iniciou a construção de uma barreira de quatro metros de altura ao longo da sua fronteira com a Sérvia, para tentar travar a entrada dos refugiados que fogem da Síria, do Iraque e do Afeganistão. “Derrubámos os muros da Europa, não devíamos erguê-los de novo”, disse na altura um porta-voz da União Europeia.
Três outros países — o Quénia, a Arábia Saudita e a Turquia — fortificaram as suas fronteiras para impedir a infiltração de jihadistas vindos dos países vizinhos, da Somália, do Iraque e da Síria.
Apesar de serem símbolos agressivos, a sua eficácia tem sido relativa, dizem os especialistas. “A única coisa que estes muros têm em comum é que são sobretudo cenários de teatro”, defende Marcello Di Cintio, autor do livro Murs, voyage le long des barricades. “Eles dão uma ilusão de segurança mas não uma verdadeira segurança”.
Apesar destes obstáculos, os migrantes conseguem passar, a cocaína nunca faltou nas ruas de Manhattan ou os cigarros de contrabando em Montmartre. Nem o muro de Berlim conseguiu ser totalmente estanque, apesar dos sentinelas que disparavam a matar.
Os que defendem os muros dizem que é preferível haver fugas do que inundações, mas para Marcello Di Cintio as consequências psicológicas da edificação destas barreiras não podem ser ignoradas. Fala na tribo de índios americanos Tohono O’odham, onde morreram pessoas, aparentemente de tristeza, quando o muro que separa o México dos Estados Unidos lhe cortou o acesso a lugares sagrados.
Foi nos anos de 1970 que o psicólogo berlinense Dietfried Muller-Hegemann falou na “doença do muro” — fortes taxas de depressão, alcoolismo e violência familiar em famílias que viviam coladas ao muro que separou a cidade em duas.
Na verdade, os muros nada mudam nas causas profundas da insegurança ou da imigração: a construção de todas estas barreiras não diminuiu os números de asilo ou os ataques terrorista. Levaram, apenas, os grupos a adaptar-se.
Segundo Reece Jones, professor na Universidade do Hawai e autor de Border Walls: Security and the War on Terror in the United States, India, and Israel, “o encerramento das fronteiras só faz deslocar o problema, levando os migrantes através de desertos terríveis ou para embarcações no Mediterrâneo. E isso só aumenta o número de vítimas”.
Mais de 40 mil pessoas morreram desde 2000 ao tentarem imigrar, diz a Organização Mundial de Migrações.
Para Emmanuel Brunet-Jailly, da universidade canadiana de Victoria, “a actual vaga de migrantes diz aos políticos que os muros são necessários”. “Porque apelam aos velhos mitos das fronteiras, à linha traçada na areia. O que torna mais difícil que a opinião pública aceite o facto de a cooperação, a diplomacia e a partilha de informação, serem mais eficazes a longo prazo”.


Algumas barreiras 


Hungria — É o muro mais recente, obra que o Governo conservador quer ter concluída amanhã. São 177 km ao longo da fronteira com a Sérvia.
Espanha/Marrocos — Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, na costa marroquina, estão cercados por barreiras. Muitos morreram ao tentar saltá-las, outros foram mortos pelas tropas marroquinas.
Grécia/Turquia — A melhoria das relações bilaterais e o levantamento das minas na fronteira levou a que a zona se tornasse num dos principais pontos de entrada de migrantes na União Europeia. O muro de Evros foi edificado em 2012.
Arábia Saudita/ Iraque — Perante a ameaça do Estado Islâmico, os sauditas estão a alargar uma barreira que já existia, de sete metros de altura, para 900 quilómetros; terá 78 postos de observação, oito centros de comandos e 32 postos de reacção rápida.




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