QUASE DIÁLOGO EM FIM DE TARDE
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QUASE DIÁLOGO EM FIM DE TARDE


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Hélio Cunha, Vestígios de um mar inexistente
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- A nossa memória é tão curta, Pedro.
Silêncio de anuimento. Ela vira-se, olha-o nos olhos e prossegue.
- Há momentos em que o horizonte tudo promete, tudo parece alimentar, a vida quase faz lembrar um repasto de oportunidades. Mas há outros em que tudo se desvanece, tudo parece virar pó. Para quê, então, tanta ansiedade, tanto desejo de fulgor? Por onde paira o equilíbrio?
Nova pausa, desta vez mais prolongada. Há coisas que requerem o seu tempo, a sua interiorização é luta constante.
- O lado brilhante da vida depressa se esconde, por cada actor em cena há mil em lista de espera nos preâmbulos do guião.
De novo a pausa. Queria-lhe dizer que, para algumas pessoas, a questão não era viver, tudo se resumia a sobreviver. Mas nada lhe disse. As referências são sempre importantes, sem elas a dignidade pouco ou nada respira.
- Sabes, a simplicidade parece ser o caminho certo. Contudo, contrariando o seu significado, alcançá-la dá muito que penar. É tão delicada, essa marota...!
O sol, ao longe, vai-se escondendo. As inquietações, bipolares, preparam-se para o rastilho que irá incendiar a noite.
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- Poder Perigoso
É prudente o silêncio como resposta à ansiedade defende-nos acalma-nos pacificamos o ambiente interior e exterior pode evitar-se uma investida uma estocada uma arma disparada as ondas tsunami alterosas poderosas que rebentam podem ser assim aliviadas...

- Momentos Difíceis
Um tropeção uma queda um momento amargo doença desilusão quase sempre nos leva à necessidade de uma referência de um suporte para o abismo que nos assusta na quase inevitável desistência são coisas que aparecem de repente na vida da gente vazio...

- SustentÁvel Leveza
. Hélio Cunha, Vestígios de Um Mar Inexistente. . . Sentias o fogo latente, o corpo a reclamar. A chama, incandescente, conduzia-te os sonhos, o peito era escudo onde tudo resvalava. Sentias a poesia na descoberta da noite infinita, na magia do despertar...

- Estranha Melodia
. Hélio Cunha, Estranha melodia. . . Partira bem cedo, mas a ascensão não fora fácil.Quando chegou, após curta pausa, escolheu quatro pedras e colocou-as à laia duma rosa-dos-ventos. Sentou-se no meio, orientado para o sol, e olhou em volta, demoradamente,...

- Acerca Dos Eternos InÍcios
. Hélio Cunha, Mensagem imperial. . . Olhas em volta e reconheces a beleza das flores. Levantas o olhar e prendes-te no enigma etéreo das nuvens. Rodopias e, quase de imediato, sentes a fragrância da alfazema. Contemplas o oceano e sentes a onda retemperadora...



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