Sinfonia do Horror
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Sinfonia do Horror


o estertorar dos estômagos famintos
aquele gemido baixo da fome
a lágrima que escorre muda
entre o choro abafado dos desesperados
os litros de sangue derramados
entre os tiroteios dos campos de batalha
os corpos despedaçados pelas granadas
uma bala estourando uma cabeça
as vísceras espalhadas por entre o pó da terra
um dois três quatro cinco seis
sete oito nove dez
soldados fuzilados de uma só vez
os urros dos tigres sendo massacrados
a queda dos  milhões de bisões
exterminados nos Estados Unidos
o roçar das folhas de toda uma floresta ao chão
o arder das queimadas por entre as árvores
os gritos dos que morrem queimados
as bombas atômicas sobre o solo japonês
as mentiras proferidas nos plenários
nas tribunas nos púlpitos nos congressos
o amargo protesto inútil dos injustiçados
o revólver disparado a queima-roupa
a mulher espancada no rosto e nos seios
a pele sendo retirada de gatos e cachorros vivos
a água negra e podre pelo leito do rio Tietê
os olhos dos coelhos sendo perfurados
para o necessário progresso da ciência
os pesticidas vaporizados pelos campos
o canto de uma ave com câncer na garganta
o desabar de prédios explodidos
um ataque aéreo sobre as selvas do Vietnã
uma criança sendo estuprada
os suspiros de quem está só
e até o silêncio desolado
das regiões que viraram deserto...

todas essas coisas
produzem o seu próprio som
e não cessam
de atormentar a minha audição
quando me recordo
que definitivamente nunca
a humanidade aprenderá a lição...



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- Que Seja Sobre O Sangue
que sejao meu verso sobre o sangueem areia derramada dura no nu obscenodo seio necropsiadoda terra sangue secocoagulado pelo pó da enxadaque deserticamente escorre... que sejasobre o sangueou água-podre em rio derramado humanovisco de olho negrono...

- Sobre O Sangue
construí meu verso sobre o sanguederramado duro na nua terra abertacoagulado sangue seco pelo pó da enxadaque deserticamente escorre... construí meu verso sobre o sanguede água morta em rio derramado humanosangue viscoso-negro entre a beira acabadaque...

- “eu Estava Lá...” (poema-conto)
então, Ele fitou-me nos olhos e disse: “eu estava lá quando em símbolo Adão e Eva foram expulsos do Paraíso eu estava lá simbolicamente sendo a última gota alastrada pelo final da cruz do Cristo crucificado eu gotejei com o sangue da marcial...

- Sobre O Sangue
construí meu verso sobre o sangue derramado duro na nua terra aberta coagulado sangue seco pelo pó da enxada que deserticamente escorre... construí meu verso sobre o sangue de água morta em rio derramado humano sangue viscoso-negro entre a beira acabada...

- Eu Amo A Humanidade
Estão completamente enganados aqueles que dizem que eu odeio a humanidade. Como poderia odiá-la? Em amo a humanidade infinitamente, meu amor não pode ser maior. Estou certo que a amo mais que vocês todos, afinal, eu amo tudo que não presta. Há muito...



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