Soneto Inominado
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Soneto Inominado


mas para que dizer que quer que seja
se o nada ou nada adiantará de nada?
deixai cantar pela desgraça inflada
deixai morrer o que de mim deseja...

se queres vida em meu horror me beija
tragédia ao fim de sinfonia alada
em voo e fúria além de um mar de espada
na violência em que tua boca arqueja:

um furacão se ergue em perdões de treva
de grito e febre em tempestuais levantes
a longos fins um vento astral me leva...

buraco-negro me incendiou de Dantes
esquece tudo que te aclara e reza
no lábio em sangue por fatais adiantes...



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- Para Que Dizer Algo?
deixai-me não dizer nada: por que devo dizer alguma coisa se o melhor que digo é o que não digo? o que importa é o que se oculta no meu verso é a palavra que não está lá o que importa é a porta que o verso abre ao não-dito o que importa é o...

- Que Eu Sei Muito Bem...
enquanto falas falas com teu sorriso mentido ao cair lento invisível da treva no escuro ao silêncio do verbo em trovão melhor te conheço que eu sei muito bem... eu sou aquilo que vem... então achaste mesmo que o tenso do raio primeiro fosse o encerrar...

- Quando Tudo Se Acabar...
quando tudo se acabar que ficará suspenso no ar? que gosto sopro de sangue se alastrará por teu lábio langue? que sonho cheiro de chamas já brotará em teu olhar em lamas? que piano crise de luz se cravará em teu peito de cruz? que taça verso de...

- Suprema Indiferença
agora, que me importa que caia tudo à minha volta que desmorone o que me cerca e que restem só as auras pairando em fúnebres clarões? como todo real louco eu só sigo vultos almas sombras fantasmas e aparições... se a nuvem cobre o sol se ouviu-se...

- Poema Ao Frio
Vento glacial e franco do meu fracasso fremente fúria invernal sopra em minha frustrada febre gela minha frente e sangue neva em minha frase frágil em minhas ânsias sem freios pelas névoas infrenes que fruem da lua forte despedaçadas em frutos negros...



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