Nosso comentário:
Integrados na UE (União Europeia) não faz qualquer sentido trilhar este caminho pretensamente defendido por este grupo de espanhóis.
Depois, há sempre o ditado: "de Espanha nem bom vento nem bom casamento".
Temos actualmente óptimas relações de vizinhança, tudo o resto, esforços diplomáticos para fazer com que os dois Estados Ibéricos colaborem em assuntos de interesse mútuo, claro que é desejável, mas não é preciso qualquer tipo de união para além da que já existe em sede da União Europeia.
Estranha-se que este "partido" surja numa altura em que Espanha reclama direitos sobre águas territoriais junto das Ilhas Selvagens (de soberania portuguesa) sabendo todos nós que outras disputas bem mais antigas e favoráveis a Portugal continuam por resolver.
Também se conhecem os problemas latentes que a vizinha Espanha enfrenta com as poderosas autonomias regionais, autonomias essas que podem, num ápice, virar independências.
Que não seja Portugal, com uma cultura vastíssima e muitos séculos de história, o bode expiatório para colmatar brechas que felizmente não tem.
Relações de amizade partilhada sim, alianças estratégicas pontuais também. Mais do que isso, sinceramente, não parece desejável, nem exequível, nem necessária, uma qualquer "união ibérica".
Fiquem bem
António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
PS. Leia-se abaixo a notícia veiculada pela agência Lusa sobre a suposta iniciativa de criação de um Partido Ibérico
A iniciativa é de um grupo de cidadãos espanhóis: querem que os dois países caminhem juntos, o que é diferente de os fundir.
Um grupo de habitantes da localidade espanhola de Puertollano (Castela-Mancha, centro) anunciou a constituição do Partido Ibérico, que defende a união de Espanha e Portugal em projetos comuns, noticiou hoje a agência espanhola EFE.
Também designado pelo acrónimo 'Iber', o partido foi inscrito no Ministério do Interior a 17 de dezembro, disse à agência o principal impulsionador do partido, o ex-autarca socialista Casimiro Sánchez Calderón, que abandonou o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 2014, depois de 45 anos de militância.
O partido parte da ideia "utópica e talvez absurda" de unir os dois países ibéricos, explicou, numa união que "não parte dos reinos, mas do sentimento de unidade dos cidadãos".
"Não se trata de fundir Espanha e Portugal, mas de caminharmos juntos", acrescentou.
Em Portugal o partido ainda não foi constituído legalmente, o que exige 7.000 assinaturas, mas responsáveis do Iber estão à procura de alianças com "dirigentes progressistas" de Portugal e também das regiões espanholas de Castela e Leão e da Galiza.
Em Espanha, disse Sánchez Calderón, o Iber pretende apresentar-se às próximas eleições com programas e projetos "que beneficiem os dois países".
O ex-autarca é o único membro da direção da nova formação ligado à política, sendo os restantes pessoas ligadas ao mundo sindical ou que "viveram intensamente a transição democrática", disse.
Segundo Sánchez Calderón, o objetivo "é trazer um grão de areia ao panorama político espanhol, reconhecendo tudo o que foi feito de bom, mas também trazendo ideias novas com o consenso e a unidade como princípio base para abraçarmos juntos o futuro de toda a península".
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