25 de Abril em modo "light"
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25 de Abril em modo "light"



Nosso comentário:

Apenas meia dúzia de palavras para introduzir uns "versinhos" que fiz a mais um 25 de Abril, neste ano de 2016.
Na altura, 1974, eu não estava cá, ou seja em Portugal, pois encontrava-me destacado no cumprimento do serviço militar obrigatório em terras da Guiné-Bissau.
Não tive por isso o privilégio de viver esse dia memorável em Lisboa.
Acompanhavam-se os acontecimentos como se podia, via rádio sobretudo, também através de outras fontes que nos contavam o que se passava na capital.
Eram as canções do saudoso músico e cantor Zé Afonso que nos aqueciam os corações nas longínquas paragens em que nos encontrávamos.
A alegria e a esperança de um futuro melhor eram grandes. A ditadura durara tempo demais. O país estava exausto, empobrecido e atrasado.
Havia que encontrar um novo rumo para as então "províncias ultramarinas" numa altura em que todos os impérios já tinham feito as respetivas descolonizações.
O nosso dia chegou enfim a 24 de Abril de 1974.
Caía finalmente um regime caduco, repressivo, ditatorial, que nos atrasara tempo demais face à Europa.
A Liberdade foi a maior conquista. Especialmente a liberdade de pensamento e expressão que abriria as portas a todas as outras liberdades.
Com essas liberdades chegou a Democracia.
Portugal passava a ser um país moderno. Tinha todas as condições para seguir um rumo novo.
Ficou por isso célebre a frase "As portas que Abril abriu"
Hoje celebrou-se mais um aniversário sobre essa inesquecível data.
As celebrações foram singelas, sem grandes cartazes nem palavras de ordem. Tentaram ser conciliadoras por toda a parte, tal como o foram as palavras do Presidente da República.
Talvez por isso os meus "versinhos" desta feita também sejam "versão light". Deixo-os abaixo e é o meu contributo para lembrar e festejar este dia.


Fiquem bem,

António Esperança Pereira

http://lusito.bubok.pt/ 


Abril sempre



Estou feliz com o que tenho
E querer mais não é pecado
Saboreio o grande engenho
De sair do triste fado

De deixar de ser tacanho
Esquecer o que sofri
Nos registos do passado
Em que outrora me perdi

Eram feridas desesperanças
Tempos negros falsas glórias
Chega de elogiar andanças
Com sangue de palmatórias

Escola velha violenta
Que frequentei quando novo
Pancada e água benta
Eram práticas que reprovo

Por isso repito a crença
Que estou feliz em Abril
Esse mês de águas mil
Esse mês que fez diferença

Esse mês que fez soltar
Um povo triste amarrado
Um povo enfim libertado
De mãos dadas a cantar.







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