Breve nota do autor do blog:Publicitamos hoje duas declarações de altos dirigentes políticos mundiais.
Falamos de Obama, líder da nação americana e Merkel, líder da nação alemã.
Duas declarações, ambas importantes, mas notoriamente contrastantes nas palavras proferidas pelos dois líderes quer no tom quer na substância.
Por isso, quer pela inflexibilidade até aqui demonstrada pela Alemanha, interessada direta na resolução do problema europeu, quer pela existência de ligações muito próximas entre o governo atual de Portugal e a chancelaria atual alemã, achamos oportuno e muito a propósito, divulgar uma conferência do historiador Manuel Loff sob o tema
"Portugal e o holocausto".Não há qualquer paralelismo entre a situação política que se vive atualmente no país de Passos Coelho e a que se vivia em Portugal no tempo de Salazar, nem a situação que se vivia na Alemanha do tempo de Hitler e a que se vive atualmente no mesmo país, com a Senhora Merkel.
Todavia, muitas são as vozes que acham que para lá podemos caminhar, e como as memórias históricas desse tempo são por demais assustadoras, fica apenas um conjunto de palavras para meditação de quem lê este blog.
Quem quiser aprofundar o tema, poderá consultar o link seguinte:
http://economico.sapo.pt/
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
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Duas declarações de dois dos mais mediáticos líderes mundiais: Obama e MerkelDiz
Obama:
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que não se pode permitir um colapso de Espanha, o maior dos países europeus em crise, e que todos os países europeus devem trabalhar para ultrapassar a crise."É o maior país (da União Europeia) que está em crise, não podemos deixar que Espanha colapse", disse o Presidente norte-americano numa entrevista à rádio colombiana W, que também emite nos Estados Unidos.
Diz Merkel:
Governo alemão diz que está "fora de questão" aceitar uma nova reestruturação da dívida grega. A possibilidade de a Alemanha perdoar a dívida a Atenas está "fora de questão" e "não é do interesse da Grécia" , disse hoje o porta-voz do governo, Steffen Seibert, citado pela agência financeira Bloomberg.
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O historiador Manuel Loff disse hoje nas conferências "Portugal e o Holocausto" que o discurso antirracista foi fabricado pelo Estado Novo e que Salazar foi cúmplice involuntário do genocídio.
"Tendemos a aceitar que a política de Salazar não era racista e que foi solidário para com as vítimas dos nazis, eu não aceito", afirmou Manuel Loff, da Universidade do Porto, durante uma conferência que decorre hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, sobre "Portugal e o Holocausto".
O historiador referiu-se às circulares publicadas pelo Estado português em 1938 e 1939 que proibiam a atribuição de passaportes a indivíduos com nacionalidade indefinida, aos russos e aos judeus "expulsos das suas nações".
"Salazar não actuava na ignorância das questões do Holocausto", disse o investigador da Universidade do Porto, para explicar que, no limite, as indicações de Lisboa durante a guerra foram a de "proteger" judeus nos locais onde se encontravam.
No caso de Budapeste, explicou Loff, referindo-se aos diplomatas Carlos Garrido e Sampaio Branquinho - que emitiram passaportes portugueses a judeus húngaros em 1944, já depois do desembarque Aliado na Normandia -, "há um carácter excepcional em que a representação portuguesa dá protecção diplomática", mas sendo conscientes de que seria "tecnicamente impossível" a viagem da Hungria para Portugal.
"A norma era sempre impedir que os judeus chegassem a Portugal. Protege-los noutros países. Torna esta atitude Portugal cúmplice no Holocausto? De forma involuntária é evidente que sim", disse Manuel Loff.
Para o historiador, os acontecimentos sobre o cônsul português Aristides Sousa Mendes, que emitiu milhares de passaportes a judeus em França durante a II Guerra Mundial, levaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a "fabricar" a possibilidade de acções nazis contra Lisboa.
"Não há qualquer documento alemão no sentido de eventuais represálias sobre o caso Aristides Sousa Mendes a sustentar que havia uma razão de Estado e tem, por isso, um significado de natureza politica e ideológica que é impedir a reconstituição de uma comunidade judaica em Portugal", explicou Loff.
O antissemitismo está presente na direita integralista e nos círculos ultra-católicos, mas não foi adoptado oficialmente pelo regime salazarista, que construiu memórias positivas para eliminar aspectos incómodos do passado, defendeu Manuel Loff.
"A hegemonia ideológica do mito do não-racismo é uma construção do século XIX e perdura até hoje. Portugal era um país colonizador e havia racismo, dizer o contrário pode ser o comum, mas não é científico. O discurso auto-elogioso do papel de Portugal durante a II Guerra Mundial foi feito pelo próprio regime e sobreviveu incólume à própria queda do regime" disse ainda Manuel Loff.
Referindo-se à imprensa da época, Loff cita títulos e artigos publicados no Diário de Notícias e no Diário da Manhã que indicavam: "em Portugal não há problema judaico porque foi resolvido no século XVI" ou as "características odiosas dos judeus constituem três ameaças: maçónica, bolchevista e judaica".
A conferência "Portugal e o Holocausto - Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro" realiza-se a partir de hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e vai reunir especialistas, académicos e políticos portugueses e internacionais.
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