Nosso comentário:
Nem deixou rasto a sr.ª Merkel.
Não trouxe nada de novo, se austeridade semeara antes de aparecer, austeridade espalhou depois da sua partida.
Tudo na mesma.
Os portugueses parecem conformados em ter de seguir os ditames da Alemanha, já que as "tranches" são o chamado pão dos pobres na era atual da Europa de "dona Alemanha".
Zeca Afonso, um português que fez a diferença no seu tempo, através da balada e da canção, num período de ditadura, de falta de tudo, também de liberdade...cantava assim:
"E não há quem nos queira valer".
Pois é, em 13 de Novembro de 2012, um dia após a visita da alemã Merkel, faz todo o sentido aquele verso de uma bonita canção do Zeca Afonso:
"E não há quem nos queira valer".
Valeu à Alemanha no período pós-guerra um plano Marshall. Muitos foram os países contribuintes para ajudar o país de Hitler a erguer-se dos escombros por si semeados.
Portugal 2012, sem ter semeado escombros nem o seu povo ter qualquer culpa da crise financeira em curso, é um país em queda livre via medidas impostas e implementadas erradamente por agentes estrangeiros.
Ainda hoje se soube que o défice não vai ser cumprido como prometera o primeiro ministro.
Ainda hoje se soube que a recessão em 2013, por causa da austeridade cáustica da economia, será bem mais acentuada que o previsto.
Ainda hoje se soube que as exportações estão em queda.
Ainda hoje se soube que continuamos a ser o 3.º país da OCDE com maior taxa de desemprego.
Por seu lado, o reitor da Universidade de Lisboa apelou em discurso grave e sério de intenso realismo e preocupação perante toda a academia, que "ou é hoje ou amanhã será tarde demais".
Referia-se à possibilidade que o país enfrenta de regredir umas décadas. Podendo consequentemente, por falta de verba, vir a desperdiçar os avanços e elevado brilhantismo atingidos nos domínios da investigação, da ciência e do ensino nos últimos anos.
"E não há quem nos queira valer".
A boa notícia caros leitores chega para as forças de segurança.
O Ministério da Administração Interna irá ter, segundo anunciou o ministro da tutela, uns largos milhões de euros destinados ao enquadramento de militares, às respectivas promoções e outras rubricas.
Digam lá se não vale a pena pregar sustos à tutela? lembram-se da manifestação dos polícias?
Pois é...
Amanhã é dia de greve geral anunciada em Portugal.
É o próximo capítulo desta telenovela de muito mau gosto que estamos a viver. Vamos esperar para ver.
Isto enquanto os gregos, coitados, em fase e degradação um pouco mais adiantada que nós, aguardam com o estômago dilatado de fome e ansiedade a aprovação da próxima "tranche"...
PS. Abaixo fica alguma literatura de cordel sobre a Europa, também um "cartoon" sobre Merkel.
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
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Programa de ajustamento
Passos Coelho reitera que austeridade é única forma de ultrapassar a crise
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira, em Bruxelas, que a austeridade é a única forma de ultrapassar a crise num país com um elevado nível de endividamento, como é o caso de Portugal.
Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reafirmou a necessidade das políticas de austeridade ao lado do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e do primeiro-ministro Donald Tusk Imagem: EPA/OLIVIER HOSLET "Quando um país permanece endividado, tem de haver austeridade. Não há outra forma de superar a crise", afirmou Pedro Passos Coelho, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião dos "Amigos da Coesão", numa resposta em inglês a uma questão colocada pela imprensa internacional.
"É isso que estamos a fazer em Portugal. Estamos a reduzir a despesa pública, mas estamos também a concretizar um programa muito ambicioso de reformas estruturais", acrescentou o primeiro-ministro, referindo que, no futuro, estas medidas vão resultar "em crescimento e criação de emprego".
Passos Coelho afirmou que, se Portugal "conseguir cumprir os objetivos do seu programa de ajustamento, pode recuperar alguma credibilidade e confiança dos cidadãos e do mercado".
O primeiro-ministro salientou ainda que "o crescimento não vem apenas de medidas de austeridade", resultando também de "transformação estrutural e de fundos de coesão".
Os líderes dos 15 países "Amigos da Coesão" reuniram-se hoje no Parlamento Europeu, em Bruxelas, para debater o Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020 da União Europeia (UE), numa iniciativa do primeiro-ministro, Passos Coelho, e do seu homólogo polaco.
A iniciativa contou também com as presenças dos presidentes os presidentes do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
O grupo dos "Amigos da Coesão" - Bulgária, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Lituânia, Letónia, Malta, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Eslovénia, Eslováquia e Croácia - foi criado por iniciativa de Varsóvia, em 2010.
Lusa
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