Nosso comentário:
Parece que Alemanha e França reforçam o sinal de que a divisão da Europa é que importa. O senhor Hollande, de quem esperei uma voz diferente, com toda a sinceridade, alinha com o seu vizinho Schauble.
A tónica é a mesma, Portugal não é a Grécia, a Irlanda não é Portugal, a Espanha não é a Itália, Chipre não é a França, etc etc. um ego bem diferenciado entre cada estado membro, escrevi "estado" com letra pequena, pois assim ficarão todos os estados europeus com o fim da União Europeia: pequenos, ridiculamente pequenos perante os grandes espaços das economias emergentes.
Os nacionalismos a prevalecerem sobre o interesse colectivo, a exploração dos fortes pelos fracos à vista desarmada.
Todos os ricos, ou supostamente ricos, acham que os mais pobres países pagantes estão no bom caminho. Ou seja, quanto mais depressa lhes caçarem o que lhes emprestaram, menos possibilidades há de o carcanhol fugir.
Essa é que é essa. E até um cego percebe o assalto em que se tornou tamanha caça ao dinheiro das dívidas.
Assim de um momento para o outro, o devedor, na maior parte dos casos vítima do credor ganancioso e esbanjador de crédito, aparece com uma arma apontada:
Ou pagas ou morres.
E...para o senhor Hollande dizer o que diz, ao contrário do que disse, ou tem uma arma apontada na nuca, ou vem confirmar a verdade instalada na opinião pública sobre os atuais políticos: mentir começa a ser "moda", uma prática comum.
A mim em pequeno ensinaram-me que mentir era feio, que era pecado e que ia para o inferno se mentisse.
Parece que era só naquele tempo que se ia para o inferno e que se ensinava os putos a não serem mentirosos.
A mentira era mesmo severamente punida, ao contrário dos tempos atuais!!!
A educação dos que ora governam mudou muito...
Parece haver céu na mentira e inferno na verdade, de tal forma se inverteu o sentido das duas palavras.
Quanto às dívidas, e para terminar meu desabafo de hoje, sempre acrescento o seguinte:
Eles falam assim, que há que pagar o mais rapidamente possível as dívidas porque, não vá o diabo tecê-las, ainda vem alguma revolução, ou movimentos de "malandros" como já houve antigamente, ainda nacionalizam as rendas chorudas que vão enviando aos credores em milhares de milhões para os seus cofres, nacionalizam as melhores empresas, não podendo as mesmas ir parar às mãos de privados gananciosos a preço de saldo...
Logo, quanto mais vier e mais depressa, maior é o ganho, menor o dinheiro perdido. Assim pensam os credores e países mais ricos.
Resumindo e concluindo, esta coisa das dívidas está a dar...
Caros leitores, com toda a moderação que me caracteriza, e aqui para nós que ninguém nos ouve, se esta treta da crise não estivesse a molhar as mãos de uma imensa cambada, alguém compreende que a Alemanha pagasse juros quase a 0/% e Portugal uma pipa de juros?
E que o nosso governo, se não houvesse "mistério na coisa", não pugnaria por soluções mais a contento da Pátria Lusa?
PS. Para se perceber a bagunça em que a Europa caiu, com pena minha, como é óbvio, compare-se a notícia referente à posição do senhor Wolfgang Shcauble, e uma outra mais abaixo do vice-Presidente do Parlamento europeu.
Fiquem bem, António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
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Seria "chocante" dar a Portugal condições iguais à GréciaLuís Rego em Bruxelas Se Portugal pedir um alargamento do período de carência em dez anos "seria um sinal chocante", disse Wolfgang Schaüble.
Alemanha e França opõem-se à aplicação em Portugal das melhorias oferecidas à Grécia nos seus créditos do fundo de resgate, aconselhando o país a não se pôr ao mesmo nível dos gregos. "Eu não aconselharia Portugal a fazer isso e evitaria qualquer comparação com Grécia", disse hoje o alemão Wolfgang Schauble, em resposta ao eurodeputado Diogo Feio, no Parlamento Europeu. O assunto deverá ser discutido no Eurogrupo desta noite em Bruxelas.
A declaração do alemão fecha a porta ao pedido português de uma melhoria nos juros, maturidades e período de carência do seu empréstimo. Aliás, acrescentou mesmo que se Portugal pedir uma extensão de 10 anos no pagamento de juros isso "seria um sinal bem chocante".
O ministro francês Pierre Moscovici diz "o mesmo, porque a situação não é a mesma". E invoca de novo o argumento do contágio à Grécia. "Não acredito que se deva copiar o plano da Grécia para Portugal e Irlanda". O programa de Portugal "está a correr como esperado, é possível cumpri-lo e, nesse sentido, terão sempre o nosso apoio", rematou.
A bola passa agora para o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, que garantiu há uma semana "aplicar as mesmas regras a todos", prometendo mesmo "satisfazer para os desejos de Portugal e Irlanda". Esse desejo, segundo o ministro de finanças português, Vítor Gaspar, é tratamento igual: "Portugal e a Irlanda serão - de acordo com o princípio de igualdade de tratamento"- "beneficiados pelas condições abertas no quadro do FEEF", prometeu no Parlamento.
Hoje, a presidente da Comissão parlamentar de economia e finanças, Sharon Bowles, resumiu a mensagem dos ministros alemão e francês dizendo que Portugal "deve manter o bom trabalho", não deixando de acrescentar que "tem compaixão pelo argumento da sustentabilidade associada às taxas de juro".
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Miguel Angel Martinez, vice-presidente do Parlamento Europeu, criticou hoje a "obsessão suicidária com a austeridade".
Miguel Angel Martinez, que é médico, recorreu a uma imagem de medicina para ilustrar as consequências dos programas de austeridade.
"Não se pode receitar uma sangria como tratamento para um doente anémico. E o que se está a fazer com alguns países, incluindo Portugal, é impor-lhes condições que tornam impossível o crescimento, que é a única forma de conseguirem resolver os seus problemas. Se impedirmos as economias de crescer o que estamos a fazer é condenar estes países. Quando acontecem os resgates estamos, como se diz em Espanha, a dar 'pão para hoje e fome para amanhã'", disse.
Para Miguel Angel Martinez o momento que a Europa atravessa é "muito grave", porque "o projecto europeu está a mudar e passou de um projecto fundamentalmente solidário a um projecto fundamentalmente não-solidário e quem tem mais provas disso são os portugueses, os gregos e provavelmente os espanhóis".
"A solidariedade de que beneficiamos no processo de integração está a ser substituída por egoísmos nacionalistas vários e mesmo por nacionalismos", afirmou.
O vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) falava à agência Lusa em Lisboa à margem da sessão de abertura da 19.ª edição do Fórum Lisboa, subordinada ao tema "A Estação Árabe: da Mudança aos Desafios", uma iniciativa do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, com o apoio da Aliança das Civilizações, da rede Aga Khan para o Desenvolvimento e do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
"Ao lado da 'primavera árabe' estamos a viver um 'inverno europeu' de que não há consciência entre muitos dos nossos cidadãos", sublinhou Miguel Angel Martinez, mostrando-se "muito preocupado" com o rumo da União Europeia.
Identificando o governo alemão e a chanceler Angela Merkel como os protagonistas desta mudança, Miguel Angel Martinez, que pertence ao Partido Socialista espanhol (PSOE), considerou que a nova orientação europeia "está a levar muitos países à ruína" e acabará por arruinar a própria Alemanha.
O vice-presidente do Parlamento Europeu manifestou-se ainda contra a redução do orçamento da União Europeia para 2013 e dos recursos programados para o período 2014-2020, considerando que existe um "confronto brutal" entre o Parlamento Europeu e a Comissão e "governos profundamente incoerentes que ao mesmo tempo que atribuem mais tarefas cortam nos recursos".
A cimeira extraordinária de líderes europeus sobre o orçamento comunitário plurianual para 2014-2020, que decorreu na capital belga a 22 e 23 de Novembro, terminou sem um acordo, tendo ficado adiada uma nova discussão sobre o tema para o início de 2013.
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Nosso comentário: Não é preciso estar muito atento aos desenvolvimentos europeus para perceber que Jean-Claude Juncker dá muitos beijos.É facto assente que aparece um qualquer líder europeu a jeito e zás, espeta-lhe um beijo.Nada tenho contra...
Nosso breve comentário: O egocentrismo e nacionalismo chocantes de um financista alemão, na notícia que transcrevo, o senhor ministro alemão das finanças Wolfgang Shaube, e a ingenuidade de um português do mundo, também europeísta, que um dia...
Nosso comentário: Antes de tudo o que me ocorre dizer ante estas declarações de François Hollande é o seguinte: Oxalá que o presidente da França diga coisa com coisa ao fazer esta importante e bombástica afirmação: "Acabou o tempo de...
Nosso comentário: Nem deixou rasto a sr.ª Merkel. Não trouxe nada de novo, se austeridade semeara antes de aparecer, austeridade espalhou depois da sua partida.Tudo na mesma.Os portugueses parecem conformados em ter de seguir os ditames da...
Notícia 1 O presidente do FMI visita Espanha no final desta semana, numa altura em que a imprensa dá conta de um plano de ajuda ao país. Segundo anunciou hoje o governo espanhol, Dominique Strauss-Khan encontra-se na sexta-feira com o primeiro ministro...