DEVANEIO
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.Margarida Cepêda, Pedestal de Solidão e Luz
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Caminhava desde que tinha consciência de si. A princípio muito atabalhoadamente, fase em que o dogma tivera muito peso, mas a pouco e pouco fora conseguindo rasgar as cortinas do pensamento. Quando percebeu que nunca deveria ir pelo caminho mais fácil, começou a encontrar cada vez menos pessoas. Mas prosseguia, munido da sua convicção.
O processo nunca fora fácil. Tinha ultrapassado abismos, atravessado desertos... Por diversas vezes tivera que parar, pausas que concedera a si próprio para retempero das forças. Quando começava a sentir o apelo de ficar, sinal de que estava a baixar a guarda, sabia que era chegada a hora. E partia, cada vez mais por caminhos pouco percorridos. Sem nunca olhar para trás.
Ao iniciar a subida da Grande Montanha já não via ninguém por perto. Mas não ia sozinho. Uma estranha e doce paz interior começava a insinuar-se, tornando-se cada vez mais presente a cada passada.
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Final 1 - Quando, finalmente, chegou ao topo, sedento da bênção final, sentiu um enorme arrepio. A solidão, nua e crua, invadiu-o num longo e frio abraço de morte.
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Final 2 - Quando, finalmente, chegou ao topo, sentiu uma enorme torrente de luz invadir a sua alma. Tinha atingido o ponto de passagem para um novo patamar da existência.
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Escrevinhei este texto, como é habitual no bloco de notas, em parcos cinco minutos. No entanto, na altura de rematar a questão, surgiram-me dois possíveis finais. Tive que optar por um mas, para manter a coerência da forma como o texto surgiu, resolvi também colocar à consideração dos leitores a segunda opção. Que, de resto, é a minha preferida.
Aos leitores que entretanto comentaram apresento as minhas desculpas.
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