Como sinopse da mesma escrevi:
"Inspirações variadas: o que vai na alma, o momento, a necessidade de escrever, o grito, o desabafo, a crença, a crítica, a opinião, a saudade, a mensagem que nasce às vezes sem se saber porquê… "
Ela é dedicada a minha mãe em particular, pelo que deixo abaixo um poema que consta do livro: "A MINHA MÃE", introduzindo-o com umas palavrinhas saídas ao sabor da pena, ou se preferirem, das teclas.O livro pode ser visto, consultado ou adquirido CLICANDO AQUI
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Em meia dúzia de palavras quem foi minha mãe?
Segunda grande guerra mundial, 1939/45, quatro filhos nascidos em pleno decurso do conflito. Dos quatro, só eu nasci após o fim das hostilidades.
Heroína à sua maneira, mulher forte, determinada, com um sentido apurado e exacto de futuro.
Com muita inteligência sentia que o futuro seria melhor do que o "presente" que lhe era dado viver.
Empenhou-se por isso em dotar os filhos com estudos suficientes para que melhor se defendessem dos desafios da vida e a enfrentassem com mais sucesso. Deu quase tudo para o conseguir.
Num tempo em que tudo era pouco, difícil, atrasado, o dinheiro escasseava, os estabelecimentos de ensino que existiam ficavam longe de casa... mesmo assim, conseguiu!
Para além de ser forte, determinada, ter sentido de futuro, gostava de flores. Gostava muito de flores.
Na terra semeada que rodeava a casa de habitação não lhe bastava ver crescer batatas, nabos, hortaliça, vinha, cereal. Aí plantou, semeou, não poucas vezes, canteiros de amores, violetas, crisântemos, ervilhas de cheiro, rosas, que depois dava a quem lhas pedisse.
Vincadamente herdei dela a minha crença nas FLORES! também o mundo mais colorido, com mais modernidade, oportunidades, prosperidade, com que sempre sonhou.
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O poema:
A MINHA MÃE
Beira Alta florida
nos canteiros espalhados pelos quintais
tantas pétalas meu Deus
que aqueles olhos viram
semearam
onde ás vezes só pedras havia
nada mais
o sol aquecia pelo verão
as cores das flores das rosas
eram sonhos de amores
sei lá que mais
o que aquelas mãos tiradas do regaço
faziam!
moldavam cortavam semeavam
com traços de artista
a beleza quase infantil
de quem tanto bem lhes queria
Beira Alta florida
perfume eterno amálgama de ser
Mulher flor quintal
Mulher mãe
que quis que a vida fosse
um sonho lindo
com as cores do arco-íris…
espelhadas no maravilhoso amor
único
eterno
doce
semeado no pólen depois mel
dos seus quintais.
António Esperança Pereira, Bubok Editora