Nosso comentário:
É muito difícil encontrar uma ponta por onde se pegue na atual governação.
Nós sinceramente bem gostávamos que assim não fosse.
Que para além dos cortes cegos e pouco mais que isso, houvesse visão política, inteligência, dinâmica, vocação para bem servir os interesses dos portugueses.
Mas não.
Falta tudo a este conjunto de ministérios comandados não se sabe bem por quem. Conjunto de ministérios esse que vai mudando ao sabor dos ventos, num governo que começou por fazer a apologia de um "governo pequeno"em ministérios.
Acabou por ser pequeno em ministérios e também em obra.
Por isso mesmo tem vindo a crescer, a mudar, a conceder mordomias, a meter os pés pelas mãos e as mãos pelos pés a toda a hora.
Sem norte!
Agora está um governo grande. Aumentou o número de pastas, distribuíram-se novas competências na recente lei orgânica, os resultados é que continuam pequeninos.
Sobre estes resultados pequeninos, de quem tanto prometeu antes de ser eleito, chamo a atenção dos estimados leitores para o sítio do poço sem fundo onde a dívida pública já vai... isto apesar dos tais cortes chorudos em todo o dinheirinho que mexe e que não mexe. Cortes em tudo o que é direito adquirido. Cortes no Serviço Nacional de Saúde. Cortes na Educação. Cortes na Segurança Social. Despedimentos...
O resultado é o que se vê na notícia abaixo.
Parece certa a tese de que a receita para o país de austeridade em cima de austeridade, só pode destruir Portugal. Acabar com os circuitos naturais da economia pelo fechar da torneira do dinheiro, do investimento, do emprego.
Já se viu um rio correr se lhe cortarem a água na nascente? assim este país está: como um rio que seca à nascença, sem confiança, sem incentivo, sem liderança que mobilize os portugueses, sem se vislumbrarem soluções sérias e credíveis que mudem o rumo das coisas.
António Esperança Pereira
A dívida pública portuguesa voltou a aumentar, superando os 130% do produto interno bruto (PIB), no final de Junho. Em termos nominais, o valor supera os 214 mil milhões de euros, ultrapassando, em ambos os casos, as metas acordadas com a troika.
A dívida pública atingiu os 131,4% do PIB no final do primeiro semestre deste ano, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal através do Boletim Estatístico.
Este valor compara com a estimativa de 122,9% incluída na última avaliação da troika às contas nacionais para o final deste ano.
Em termos nominais, a dívida nacional atingiu os 214,57 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 1,43% face ao primeiro trimestre do ano, altura em que a dívida cresceu para os 211,5 mil milhões de euros.
Comparando com os números que constam na sétima avaliação do programa de ajustamento português, este número supera as estimativas para o acumulado do ano, cuja previsão é de 202,1 mil milhões de euros para este ano.
Considerando a dívida líquida de depósitos da administração central, a dívida nacional cresceu de 115,8% no primeiro trimestre para 118,4% no final de Junho. Em termos nominais, este indicador encontra-se nos 193,3 mil milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal.
Esta tendência de aumento foi transversal a todos os segmentos que são contabilizados. Entre as empresas públicas verificou-se um aumento de 28,8% do PIB para 29,5%, entre o primeiro e o segundo trimestre do ano.
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