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Portugal não necessitaria de um resgate se não tivesse ficado sob uma pressão “injusta a arbitrária” dos mercados,afirma o sociólogo Robert M. Fishman
Foto: FMI lucra 520 milhões com PortugalDesenvolvimento da notícia em títuloPortugal não necessitaria de um resgate se não tivesse ficado sob uma pressão “injusta a arbitrária” dos mercados, afirma o sociólogo Robert M. Fishman, da Universidade de Notre Dame, nos EUA.
Esta ideia é defendida na coluna de opinião de Fishman desta semana no New York Times, onde diz também que o pedido de ajuda de Portugal à União Europeia e ao FMI deve ser visto como “um aviso às democracias em todo o lado”.
Fishman sublinha que a crise em Portugal é “completamente diferente” das vividas pela Grécia e pela Irlanda, e que as “instituições e políticas económicas” tinham “alcançado um sucesso notável” antes de o país ter sido “sujeito a ataques sucessivos dos negociantes de obrigações”.
Nota que a dívida pública é bastante inferior à italiana e que o défice orçamental foi inferior ao de várias outras economias europeias e avança duas hipóteses para o comportamento dos “mercados”: cepticismo ideológico sobre o modelo de economia mista (publica e privada) vigente até agora em Portugal e/ou falta de perspectiva histórica.
“Os fundamentalistas do mercado detestam as intervenções de tipo keynesiano em áreas da política de habitação em Portugal – que evitou uma bolha e preservou a disponibilidade de rendas urbanas de baixo custo – e o rendimento assistencial aos pobres”, diz ainda Fisherman no seu texto, intitulado “O resgate desnecessário a Portugal”.
Neste cenário, acusa as agências de notação de crédito (rating) de, ao “distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal”, terem “minado quer a sua recuperação económica, quer a sua liberdade política”.
E conclui que o destino de Portugal deve constituir “um claro aviso para outros países, incluindo os Estados Unidos”, pois é possível que o ano em curso marque o início de uma fase de “usurpação a democracia por mercados desregulados”, e em que as próximas vítimas potenciais são a Espanha, a Itália ou a Bélgica, num contexto em que os governos têm “deixado tudo aos caprichos dos mercados de obrigações e das agências de notação de crédito”.
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Nosso comentário:Perante dificuldades estamos habituados a desanimar, a cobrar aos outros responsabilidades que são no fim de contas de todos nós.
O louco sebastianismo mora em nós, Portugueses. Há-de vir um salvador, um homem às direitas, de preferência pobre, honesto, corajoso, lutador, sem mulher, sem filhos, casado com a causa nobre da Pátria: ou D. Sebastião ou Salazar (???!!!)
Sonhamos portanto com dois loucos, qualquer deles sem saber o que fazia, completamente fora do contexto dos tempos e desafios que enfrentava.
Esse Português com que sonhamos e em que desabafamos nossas crenças de salvação não existe.
É "o para lá da nebelina" que cada português transporta consigo. Um sonho nostálgico de se ser o que se não é, de querer ver o que não há para ver.
O nosso paradigma é mudar isto. Abrir os olhos e ver o que há para ver, sem medo.
Depois assumir que esse Português com que sonhamos, o tal salvador, terá que ser cada um de nós.
Temos que ser argutos, menos artolas, educados, cultos, actuais em tecnologia, ir aonde vão os melhores, fazermos o melhor que sabemos, sem complexos para com os de fora, sem rancor nem invejas parvas para com os de dentro.
Se somos ambiciosos e temos planos de grandeza, dizer o que temos para dizer, esperarmos a nossa vez. Que quando se é grande, a vida não se engana, sabe quando é chegada a hora.
Acabar de vez com os insultos ao nosso querido Portugal, ele não tem culpa, e tantos o maltratam como se fosse terra porcos, de abutres, de hienas, de bichos nojentos, de tudo o que há de mau ao cimo do planeta.
Quem dá ouvidos à gente que assim fala, que assim escreve, pactua com os velhos do restelo que não querem que Portugal se cumpra, que apostam no quanto pior melhor para defenderem seus umbigos. Não lhes serve um Portugal democratizado, moderno, próspero, porque eles assim não brilham...é Portugal quem brilha!
Na luz a sombra desaparece, por isso eles preferem a época das trevas.
Portugal é uma terra boa, tem PESSOAS, não bichos nojentos, PESSOAS que são nossos pais, avós, irmãos, namorados, amigos, amantes, profissionais que estão connosco quando precisamos, que falam a nossa língua e a quem devemos muito do que somos. Quase tudo!
Portugal é a nossa Pátria. A casa amada dos portugueses.
Talvez se falassemos menos mal deste nosso querido país, se nos vangloriassemos com feitos grandes que temos ensaiado e cumprido, hoje como antes, os ditos negociantes de obrigações e os mercados nos respeitassem mais.
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Concordo com o sociólogo Robert M. Fishman, discordo dos negociantes da foto.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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