Sobre a Trágica Falência do Capitalismo
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Sobre a Trágica Falência do Capitalismo


Hoje, calarei e deixarei que outros falem pelo meu pessimismo com relação à situação atual da humanidade:

Bernard Cassen, professor e jornalista francês, um dos construtores do Fórum Social Mundial, afirmou, em sua conferência no auditório da Escola Superior de Magistratura da Associação de Juízes do Rio Grande do Sul, estar pessimista quanto ao futuro europeu. Segundo ele, "O mercado financeiro e as notas das agências de risco são mais importantes que as necessidades da população. Para tentar reverter a crise, os governantes têm apostado em políticas duras baseadas na austeridade fiscal e no corte de serviços, aposentadorias e pensões. É difícil explicar como um conjunto de países tão rico pode estar no epicentro da crise."

Cassen prossegue: "A União Europeia é uma fortaleza de neoliberalismo, inclusive pelos seus tratados. Assim, representa a falência desse modelo. O problema está nas liberdades fundamentais impostas pelo neoliberalismo, em que há a circulação de capital, dos bens, dos serviços e de pessoas. Esse sistema só poderia sobreviver se houvesse o consumo constante, o que foi incentivado de maneira descontrolada pela liberação de crédito."  

O grifo acima é meu. Quero chamar a atenção para algo que é absolutamente óbvio, mas que a humanidade parece não se dar conta, ou não quer se dar conta: o consumismo absurdo em que vivemos, e que não dá sinais de amenização, levará tudo à falência, inclusive nossa civilização, inclusive nosso planeta.

Ainda sobre a falência do capitalismo, estrutura em que se baseia praticamente toda a humanidade, Caco Coelho, autor da coluna "Crônicas da Cena", publicada aos sábados no jornal Correio do Povo, diz-nos o seguinte: 

"Milton Santos, com a doçura de sua voz, contradizia aqueles que condenavam o seu ceticismo. Ele dizia que estava chegando o momento em que não seria mais possível não ver a dramática distinção da qualidade de vida. Seria inviável, pensava o mestre negro, seguir sem perceber a situação daqueles que vivem das mazelas do sistema, dos restos que sobram da opulência dos poderosos. O mundo agora está chocado com a potencialização da crise sem fronteiras. O que o capitalismo criou de benesses faliu a economia dos países ricos. Tratar de forma desigual provocou o embretamento puro e simples da vida. 

O capitalismo faliu. Não foi derrotado em guerras, foi derrotado pela ganância, pelo desejo sem fim do lucro desmedido, por querer que os outros não tenham. Criamos uma sociedade estúpida, onde não sobrou espaço para o outro, no caso, os outros 6 bilhões de pessoas. Isto mesmo, o mundo só é bacana para um sétimo das pessoas, a internet, os bens de consumo, as maravilhas tecnológicas, planos de saúde, saneamento, tudo isso somente pertence a um em cada sete habitantes do planeta."

Alguém discorda?




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