Textos e Mensagens
Somos Todos Assassinos, romance
Mais um lançamento a Editora Antígona.
Como podem constatar trata-se de um livro que se dirige sobretudo aos que não querem dormir comodamente sobre o seu melhor lado e depois não se importarem com coisa nenhuma.
"Uma reflexão sobre a injustiça de um sistema por vezes dominado por regras absurdas, e tão perverso como os próprios homens"
O autor é Jean Meckert, um francês, que fala sobre a pena de morte em França e o facto de apenas ter sido abolida em 1981.
Fala disso e muitas mais coisas, como podem aliás conferir na sinopse apresentada abaixo.
Tenho todo o prazer em divulgar obras deste calibre, sobretudo porque conseguem tirar o leitor da sua zona de conforto e, quanto a mim, fazem "crescer" quem as lê.
Um romance a ler, que confronta o homem consigo próprio, com os seus actos e ditames.
Oxalá apreciem a dica.
Fiquem bem, .
António Esperança Pereira
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Somos Todos Assassinos
JEAN MECKERT
TRADUÇÃO Luís Leitão |
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A sociedade exigia menos a inocência do que a submissão. Era a sua natureza.
Somos Todos Assassinos (1952), romance escrito a partir do guião do filme homónimo de André Cayatte e Charles Spaak, centra-se em René Le Guen, membro da Resistência durante a Ocupação, o qual, acusado de vários crimes de homicídio no pós-guerra, é condenado à pena de morte, essa «sequela dos tempos da barbárie». Na prisão, René passa em revista os acontecimentos que o levaram ao cadafalso, e o leitor não sairá incólume da leitura desta obra. Uma terrível condenação da pena capital (abolida em França somente em 1981) e uma reflexão sobre a injustiça de um sistema por vezes dominado por regras absurdas, e tão perverso como os próprios homens.
Jean Meckert (1910-1995) é uma figura rebelde das letras francesas e autor de uma vasta obra que se reparte por romances policiais (sob o pseudónimo Jean Amila), peças de teatro e guiões. Conheceu precocemente o desespero e guardará da sua infância a repulsa pelo ensino religioso e a memória da fome. Apaixonado pela literatura, mas forçado a deitar a mão a todo o tipo de trabalhos precários, é no fim dos dias de trabalho extenuante que se dedica à escrita. Foi mobilizado em 1939, e a experiência da guerra viria a despertar nele um profundo antimilitarismo. A sua verve original faz de Meckert um franco-atirador da literatura, alguém que batia à máquina, solitário, como se fustigasse os botões da hipocrisia e da mesquinhez da sociedade. É autor das obras Abismo e Outros Contos e Golpes, publicadas pela Antígona. |
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