Nosso comentário:
Associo-me ao sentimento de profundo vexame que tantos portugueses sentem neste momento.
Fernando Tordo apenas teve a coragem de exteriorizá-lo num programa de televisão, chegando ao ponto que as palavras abaixo noticiam.
Não sente mais aqui o seu país PORTUGAL com esta gente que tomou conta dele e a que chama de "bando de incompetentes", referindo-se, claro está, aos governantes.
Julgamentos à parte, em boa verdade se diga que se ouvem e lêem nos media, televisão e outros, coisas de pasmar, coisas que seria impensável sequer voltar a ler e a ouvir após o 25 de Abril.
Compreendo por isso o desabafo e a revolta do ilustre cantor, músico, compositor, poeta, Fernando Tordo. Desabafo e revolta que não estão sozinhos, que têm seguramente a companhia de todo um povo que não aceita a humilhação, a tutela, a mentira, o fraccionamento do tecido social como pano de fundo do nosso querido Portugal, para assim vivermos num sufoco permanente imposto por forças para diabólicas.
Fernando Tordo pretende com este suposto ato de emigrar, pelo menos encontrar alguma dignidade pessoal. Será isso?
E será isso uma atitude a seguir?
Eu próprio me pergunto, ante as bocas internas que nos matraqueiam os ouvidos todos os dias, aliadas às bocas externas que chegam de Bruxelas...e olhando um povo português aparentemente apático e sem capacidade reactiva...
Que fazer?
É a pergunta a que terá de ser dada resposta em tempos próximos, individual ou colectivamente.
Que fazer?
Ora, se por um lado Fernando Tordo parece querer juntar-se aos que emigram, chamado por uma consciência individual entristecida...
Uma consciência quiçá movida por um conflito interior nascido onde a hipocrisia, a indecência, a crueldade moram...
Por outro, Fernando Tordo, agindo desta forma, seguirá o conselho da governação ante a impotência que ela sente em governar o seu povo. Ante a impotência que ela sente em dar guarida, sustento, emprego, educação, saúde, aos filhos do território que os viu nascer e crescer.
Por isso nos disseram: "Emigrem".
E a gente emigra.
Pergunto: não haverá mais nada a fazer antes de se ir por aí? antes de tomar uma atitude dessas? pergunto-o a mim próprio, pergunto-o a quem tem dez reis de dignidade dentro de si, da sua alma, do seu patriotismo.
Não se pode fazer mais nada, a não ser aceitar, aceitar, aceitar.... um caminho imposto e impingido ditatorialmente como um caminho de sentido único, sem alternativas, rumo a um abismo por eles anunciado?
Isto antes de abandonar o barco desgovernado e à deriva?
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
Fernando Tordo vai emigrar porque não quer ser "governado por um bando de incompetentes"
O cantor e compositor vai fazer “o que foi aconselhado a muitos jovens”. “Eu quero ir-me embora”, afirmou Fernando Tordo, frisando que não aceita o que estão a fazer ao seu país.
Numa entrevista à TVI24, o cantor e compositor Fernando Tordo anuncia que, aos 65 anos, vai “reformar-se deste país”.
“Não me está a apetecer ficar aqui, de maneira nenhuma. Acho que ainda tenho muita coisa para fazer, tenho muita música para escrever, muitas canções para cantar, muitas pessoas para conhecer e, portanto, é provável que aproveite estes últimos anos da minha vida, porque não os quero consumir aqui”, avançou Fernando Tordo.
“Eu não quero, eu não aceito esta gente, não aceito o que estão a fazer ao meu país. Não votei neles, não estou para ser governado por este bando de incompetentes e, por isso, é provável que faça o que foi aconselhado a muitos jovens mas que também poderia ter sido aconselhado a mim”, acrescentou.
“Eu quero ir-me embora”, afirmou, sublinhando que “passou a ser insultuoso ao fim de 50 anos de carreira ter de procurar trabalho desta maneira, ter de viver quase precariamente”.
“Não quero, não muito obrigado, vou-me embora!”, rematou.
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