Nosso comentário:
Terminou sem surpresas de maior o desenlace das negociações sugeridas pelo senhor presidente da República aos três partidos ditos do "arco da governação":
Esse desenlace consistiu num NÃO da "maioria" PSD+CDS às exigências do maior partido da oposição, o PS.
Como que víamos nos últimos dias um PR feliz a esfregar as mãos de contentamento:
APANHEI-OS.
Teria assim de mão beijada quase 90% dos deputados da Assembleia da República do lado do seu ideário político, o mesmo ideário que levou o ex-ministro das finanças, Vítor Gaspar, a ser tecnicamente honesto (para usar palavras insuspeitas de Adriano Moreira) e bater com a porta, por achar que a dose era demasiado cavalar e só levaria ao desastre do país.
O beneplácito do PS seria o ovo de Colombo com que Cavaco Silva e a sua governação poderiam legitimar a dose cavalar que o próprio Vítor Gaspar rejeitou. Dose cavalar essa, para ser aplicada no imediato ao povo português, num golpe sem misericórdia de super austeridade, super destruição da economia e, consequentemente, do Estado Português.
Pois bem, o PS foi a diálogo, como partido dialogante que é, participou na iniciativa, iniciativa quanto a nós envenenada do senhor presidente da República, enquanto este foi dar uma volta às Ilhas Selvagens)
Para já o veneno teve um NÃO do PS, o líder socialista saiu-se bem, conseguindo devolver a quem de direito o presente envenenado.
O presidente da República, se agora (parece ser amanhã que fala ao país) der mais outra vida ao "seu" governo, e não marcar eleições antecipadas, já não terá mais como disfarçar as suas reais intenções com as negociações por si encorajadas.
Ficará provado à saciedade que o senhor Presidente da República só aceitava um acenar de cabeça de cordeiro manso de António José Seguro, validando e dando cobertura ao projeto errado que o próprio Vítor Gaspar abandonou.
Pelo que, quanto a nós, se Cavaco Silva não marcar eleições antecipadas, já não mostrará só medo de eleições.
Mostrará também que a sua democracia, por não funcionar a três (sem o PS a prestar decoro) voltará a funcionar a dois, os mesmos que têm sido protagonistas da vergonha palaciana que todos os portugueses têm presenciado e sentido na pele os seus efeitos.
Mostrará também que a democracia presidencial é a "democracia da sua direita".
Aguardamos para ver.
PS. Para descontrair deixo abaixo um exercício de atenção
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
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