Nosso comentário:
O Presidente da República Portuguesa foi às Ilhas Selvagens gastar uma pipa de massa (cerca de 160.000 euros, em tempo de vacas magras)
Cuidei eu na minha inocente visão do mundo e da vida que teria o dito senhor Presidente ido até tão longe para descansar.
Coitado, com tanta azáfama e problemas sérios que lhe coloca o dia a dia, embora não resolva nenhum dos mais graves e complexos, nada mais natural que assim fosse.
E as pequenas ilhas portuguesas referidas seriam boas para isso, pois ficam em remoto sítio, tanto quanto me consta, a mais de 150 milhas da Ilha da Madeira, para sul claro.
Lá foi com uma extensa comitiva, primeiro de avião, depois de fragata.
Já o vimos na televisão com um pólo azul bebé a dar uma entrevista aos senhores jornalistas que o acompanharam.
Estava bem e quem o visse ali, certamente muitos dos leitores também o viram como eu, a julgar pelo seu aspeto, mais parecia tratar-se de alguém que diariamente não tem um trabalho muito árduo.
Ainda ontem apareceram uns homens aqui no meu prédio de Lisboa a carregarem uns móveis, que por não caberem no elevador tiveram de os carregar às costas pelas escadas...esses sim, coitados. Pingavam suor por tudo quanto era poro.
Via-se mesmo que o trabalho deles era duro.
Se tivessem que dar uma entrevista naquele estado, decerto não conseguiriam sequer falar quanto mais botar tempo e mais tempo de faladura como o senhor presidente da República fez.
Mas adiante.
O senhor Presidente estava muito feliz pois foi o primeiro dos presidentes a pisar a Selvagem Pequena, o que me pareceu assim à primeira vista uma grande honra para o monte de calhaus e negrume circundante encalhado no extenso mar.
Também me pareceu um feito de monta para o senhor, pois disse e repetiu a "façanha" para os operadores da televisão com infantil entusiasmo e para que constasse para a posteridade.
O que me pareceu menos novidade foi dizer que Portugal tem um imenso mar, embora seja sempre uma afirmação que cai bem aos portugueses.
Como temos a mania de nos sentirmos pequeninos diante dos outros povos, a verdade é que em extensão de água estamos nos dez maiores países do mundo, sabiam?
Só que, nem temos marinheiros, nem barcos, nem pescadores, nem investigadores, nem exploradores, a condizer com um tal mar.
Para terminar faço só um reparo ao senhor Presidente:
Deveria evitar cansar a cabecinha com recados (alguns de mau gosto) enviados para Lisboa.
Falou dos maus, dos que não gostam do "seu acordo"e dos bons, das confederações patronais e da UGT.
Em vez de falar da sua maioria com cerca 30% nas sondagens, quase se apoderou na entrevista dos quase 90% de deputados PSD, PS e CDS, saídos das longínquas legislativas, que em ameno diálogo, darão (!!!) corpo à sua ideia de acordo de Salvação Nacional.
Se isso suceder, seria mais uma vitória pessoal, esta à custa pelo menos de cabeças partidárias, o que, a somar à façanha da Selvagem Pequena, não seria mau!
PS. Deixo uma anedota em francês, oxalá todos os leitores, das mais diversas línguas, a compreendam...
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
http://lusito.bubok.pt/
Anedota:
Juste avant de dormir, un jeune marié demande à son épouse:
"Ma chérie, as-tu connu d'autres amants avant moi?" Pas de réponse...
Très, très long silence...
Au bout d'un certain temps, le mari chuchote:
"Tu dors ma chérie?"
"Non, je compte..."
loading...
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